Elo entre educadores,
pais e estudantes, esse profissional atua para administrar diferentes pontos de
vista
Daniela Almeida
Antes tido como
o responsável por encaminhar os estudantes considerados "problema" a
psicólogos, o orientador educacional ganhou uma nova função, perdeu o antigo e
pejorativo rótulo de delegado e hoje trabalha para intermediar os conflitos
escolares e ajudar os professores a lidar com alunos com dificuldade de
aprendizagem.
Regulamentado
por decreto federal, o cargo é desempenhado por um pedagogo especializado (nas
redes públicas, sua presença é obrigatória de acordo com leis municipais e
estaduais). Enquanto o coordenador pedagógico garante o cumprimento do
planejamento e dá suporte formativo aos educadores, ele faz a ponte entre
estudantes, docentes e pais.
Para ter
sucesso, precisa construir uma relação de confiança que permita administrar os
diferentes pontos de vista, ter a habilidade de negociar e prever ações. Do
contrário, passa a se dedicar aos incêndios diários. "Garantir a
integração dos atores educacionais e avaliar o processo evita a
dispersão", explica Sônia Aidar, titular do posto na Escola Projeto Vida,
em São Paulo.
É também seu
papel manter reuniões semanais com as classes para mapear problemas, dar
suporte a crianças com questões de relacionamento e estabelecer uma parceria
com as famílias, quando há a desconfiança de que a dificuldade esteja em casa.
"Antes, o cargo tinha mais um enfoque clínico. A rotina era ser o
responsável por encaminhar alunos a especialistas, como médicos, fonoaudiólogos
etc.", explica Sônia.
Recentemente, o
orientador passou a atuar de forma a atender os estudantes levando em conta que
eles estão inseridos em um contexto social, o que influencia o processo de
aprendizagem. "Essa mudança tem a ver com a influência de teóricos
construtivistas, como Jean Piaget (1896-1980), Lev Vygostky (1896-1934) e Henri
Wallon (1879-1962), nos projetos pedagógicos das escolas, cada vez mais
pautados pela psicologia do desenvolvimento - o estudo científico das mudanças
de comportamento relacionadas à idade durante a vida de uma pessoa."
Em algumas redes, como em Guarulhos, na Grande
São Paulo, essa ajuda vem de fora. A organização não-governamental Lugar de
Vida, por exemplo, foi contratada pela prefeitura para prestar o serviço de
orientação. O programa foi pensado para que a equipe da escola tenha encontros
quinzenais, de duas horas cada um, com o pessoal da entidade para falar sobre
dificuldades diversas.
As primeiras
reuniões geralmente se iniciavam com um longo silêncio, mas terminavam com os
participantes contando experiências muitas vezes traumáticas. "Percebi
logo que não se costuma falar sobre esses problemas. Os docentes têm
dificuldade em compartilhá-los com seus pares e, com isso, acabam por não
resolvê-los", conta Fernando Colli, psicanalista e coordenador da Lugar de
Vida.
Quando essa
dinâmica está incorporada à unidade de ensino, o trabalho flui de forma mais
contínua. Para mostrar como isso funciona, ouvimos três orientadores com perfis
distintos. Todos foram convidados a narrar seu dia-a-dia em textos em primeira
pessoa - você confere o resultado abaixo.
Maria Eugênia de Toledo, da Escola Projeto
Vida, fala sobre como é lidar diretamente com crianças e jovens. O relato de
Lidnei Ventura, da EBM Brigadeiro Eduardo Gomes, em Florianópolis, é um bom
exemplo da rotina de quem trabalha lado a lado com os professores. E Suzana
Moreira Pacheco, titular do posto na EMEF Professor Gilberto Jorge Gonçalves da
Silva, em Porto Alegre, conta como é ser o elo com a comunidade.
COMENTÁRIO
FUNÇÃO DO
ORIENTADOR PEDAGÓGICO: trabalhar em parceria com os professores na
implementação do currículo na escola.
FUNÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL: intermediar as
relações entre professores, alunos e pais, ajudando os professores a lidar com
os alunos com dificuldade de aprendizado.
ENTREVISTAS
PERGUNTAS QUE FORAM FEITAS:
a) Porque o Orientador Pedagógico é necessário na
escola?
b) Porque o Orientador Educacional é necessário na
escola?
RESPOSTAS:
1)
CARGO: professor de séries iniciais
a) Ele
é o elo de ligação entre os profissionais da escola e as orientações emanadas
de instâncias superiores. Ele é o facilitador da comunicação que permite o
avanço e a melhoria do rendimento de todas as turmas, com o incentivo
constante.
b) Ele
permite uma orientação aos alunos e familiares para que busquem soluções,
equacionando problemas e direcionando os conflitos. Permite sanar situações
comportamentais, e na ordem da saúde encaminhá-los para a busca de solução.
2) CARGO:
professor de séries iniciais
a) Ele
é necessário para fazer uma ponte entre a direção da escola e os professores,
para orientar nas tarefas que o professor precisa realizar, como, por exemplo,
a execução de projetos da escola, o preenchimento de planejamentos, relatórios,
etc.
b)
Ele é necessário para auxiliar o professor a buscar medidas para conduzir
melhor o aprendizado do aluno, principalmente daquele que apresenta uma maior
dificuldade ou algum tipo de comprometimento.
3) CARGO:
professor de Artes Plásticas
a)
Porque o OP é aquele que oriente os professores em seus planejamentos, sendo a
ponte entre eles e os superiores (direção, SME,...), fazendo os repasses.
Também é seu trabalho proporcionar os diálogos e trocas para que os momentos de
encontro sejam produtivos, e os professores não sejam, apenas, reprodutores,
mas produtores de conhecimento.
b)
Com o trabalho do OE fica mais fácil haver as trocas com os alunos, ouvi-los e
conhecê-los.
4) CARGO:
Coordenador Pedagógico
a)
Para realizar a interação entre o pedagógico e o administrativo, fazendo com
que todos os segmentos trabalhem de forma a buscar a excelência do trabalho
desenvolvido. Além de cuidar de orientar e fiscalizar o trabalho realizado pelo
corpo docente.
b)
Para orientar os alunos frente às suas dúvidas e dificuldades, auxiliando e
direcionando o trabalho realizado em sala de aula. Resolvendo, também,
possíveis conflitos entre “escola” e família.
5) CARGO:
Diretor Adjunto
a) O
OP se faz necessário, pois ele acompanha todo o trabalho pedagógico realizado
na escola, orientando e fazendo os ajuste necessários para que os resultados
sejam satisfatórios.
b) O
OE avalia os alunos a fim de que as suas dificuldades possam ser sanadas e eles
tenham êxito em sua aprendizagem.
OBS.:
Todos os entrevistados trabalham em escolas da rede pública municipal do Rio de
Janeiro.
Miriam Fonte Bôa Ferraz Machado 10212080247 Nova Iguaçu
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